terça-feira, 12 de junho de 2012

O tal do amor


"Hoje estou convencida de que ninguém  perde ninguém,  
porque ninguém possui ninguém...  Essa é a 
verdadeira experiência de ser livre: ter a coisa mais 
importante do mundo sem possuí-la."
(Paulo Coelho)

No decorrer da vida, a gente ouve muitas histórias sobre o tal do amor. E quando eu digo muitas, eu quero dizer muitas mesmo. Milhões. Bilhões. Zilhões. A gente cresce ouvindo essas histórias com finais felizes ou tristes, e até mesmo algumas sem fim, aquelas que o tempo vai levando, levando, levando... Todas essas histórias formam a nossa ideia de amor, que nunca corresponde realmente ao que ele é, ou ao modo que ele aparece em nossa vida.

Quando o assunto é amor, ninguém sabe nada. É todo mundo burro, analfabeto, iniciante. Porque existem milhões de tipos de amor por aí, e nenhum deles é igual ao outro. A verdade é que o amor é um dos maiores mistérios da vida. Todo mundo adora falar dele - bem ou mal - mas ninguém sabe de fato explicá-lo. Porque é complexo demais e simples, ao mesmo tempo. Veja só o dia dos namorados, todo mundo twittando e facebookeando sobre essa data. Alguns fazendo declarações para seus respectivos amores, outros lamentando o fato de estarem solteiros, os solteiros comemorando a solteirice e, finalmente, aqueles que reclamam de todos os seres anteriores.

Dane-se a opinião de cada um, todos eles falam sobre a mesma coisa e querem chamar a atenção para a mesma coisa: O amor. Ah, esse tal desse Amor. É quase um sujeito próprio, tem praticamente vida própria. Sabe, ninguém sabe de fato definir o amor, mas se formos espertos e humildes o suficiente, podemos perceber algumas coisas depois de algum tempo observando o danado. O amor não tem espaço para a possessividade. Nele até cabe ciúmes, mas esse sentimento maluco de possessão é uma coisa que só cabe na paixão, porque o amor não é egoísta. Ele é puro e verdadeiro, não tem maldade. O amor independe da presença física, é uma ligação de alma. Ele dispensa rótulos, classificações do tipo se o relacionamento é sério ou enrolado ou de qualquer outro tipo. Ele dispensa acessórios simbólicos, como alianças, declarações constantes ou juras e promessas.

Quando a gente ama, a gente fica feliz pela conquista do outro, fica orgulhoso e não faz questão de expor isso para todo mundo. Mesmo quando a vontade de gritar para o mundo é grande. A gente pede paz e proteção para a nossa vida e para a vida do outro, e deseja absurdamente que o outro seja feliz, seja lá com quem for. Mas pede que seja com alguém bom, bom demais, tão bom quanto ele, tão bom quanto nós seríamos. É como se só de saber que a pessoa existe, bastasse. Porque a existência da outra pessoa define o amor para você. Define o seu amor. O amor é visível nos olhos de quem ama, porque o brilho que ele acende nos olhos não se apaga nunca. Não enquanto houver amor. E as amigas veem, os amigos veem, que não importa quanto tempo passa o tempo todo ou quantas barreiras existem, o brilho está lá, no fundo dos olhos, irradiando luz para todos os lados, marejando os olhos e a alma. Esse brilho encanta até mesmo aqueles para quem você nunca contou a história direito.

Amor tem a ver com o arrepio que dá no corpo e com o frio que dá na barriga ao ver a pessoa. É o querer prolongar todo e qualquer segundo ao lado da pessoa, mesmo que seja só em silêncio, mesmo que seja só para estar perto. Sem nenhuma palavra, sem nenhuma cobrança, só pela presença e pelo bem que faz. Amor é não saber o que fazer, mas querer fazer. É errar tentando acertar, tentando mostrar para a pessoa que ela está livre do seu amor, mesmo tentando fazer isso de forma errada. Porque o amor deve ser livre, e assim deve ser. Ele é como uma borboleta. Pousará no seu ombro e lá ficará. Mas precisa ser livre, precisa poder escolher. Amor de verdade não acaba, mas adormece. Às vezes para sempre. Às vezes não. E não é só amor entre homem e mulher, mas o amor entre amigos e família.

Que a cada três amores fracassados, a vida nos dê um amor recíproco e um tanque cheio de amor próprio. E que sejamos sempre surpreendidos, e que sejamos sempre pacientes. Que o medo nunca estrague nossos planos e nossos sonhos. Que a única coisa capaz de abalar nossos planos seja esse tal de amor. Que ninguém sabe o que é, que cara tem ou quanto tempo vai ficar pousado aqui no ombro. Mas que seja bom e inesquecível. Que seja puro, generoso e compreensivo. Espero que o dia dos namorados traga mais amor para esse mundo que anda tão carente de amor de verdade. Espero que esse dia dos namorados não simbolize os relacionamentos anunciados, os vínculos decretados pelo papel ou por alianças, mas sim o amor. Os laços que realmente contam, que são os laços de alma. O que vale é tudo aquilo que você deseja para outra pessoa. Não aquelas preces gritadas para o mundo, mas aquelas que você mantém e pede em silêncio, dentro do seu coração. Feliz dia dos namorados!

5 comentários:

  1. Estou aqui comemorando sozinha o meu primeiro Dia dos Namorados. O maridão está no trabalho. Imagina o tamanho da minha saudade...

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  2. CA-RA-LHO. Que texto foi esse, minha gêmea? Hein? Pelo amor do pai celeste! Você é REALMENTE a nova Tati Bernardi da minha vida, porque cara... NINGUÉM saberia descrever tudo isso tão bem, tão fácil, tão verdadeiro quanto você. Ninguém. Aplaudo de pé teu texto e desejo as mesmas coisas que ti! Mais amor no mundo!!! Amor é tudo que o mundo precisa!!
    WOW.
    <3

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  3. morri de vontade de comer o doce da foto, rs

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  4. VAI SE FERRAR MUITO! (amo te imitar, Marie linda, parceira de CAPS LOCK). Que texto incrível! Fiquei apaixonada, de verdade. O tal do amor é assim mesmo. Puro, sem egoísmo, lindo. Ele podia sabe o quê? Vir bater aqui na minha porta emostrar essas qualidades todas...

    Beijo, amore!


    <3

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