terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Do lado de dentro



Começo de ano sempre vem com aquelas promessas e expectativas de mudanças, de ares e pessoas novas. Quase como uma obrigação de renovar tudo na sua vida, tanto coisas e hábitos como pessoas. Principalmente pessoas, principalmente os amores. Só que a vida não é como um computador que tem suas divisões e pastas todas ali organizadas. A vida é uma bagunça e não tem nenhuma lixeira onde você possa clicar para simplesmente deletar as coisas (lê-se sentimentos) que não deveriam estar ali. Não tem manual de instruções, não tem botão de ajuda, não dá pra desligar ou colocar em modo de descanso. Não dá pra escolher amar outra pessoa, porque amor não se escolhe. Todo mundo sabe disso, mas falar para o outro que ele tem que arrumar um outro amor é muito fácil.

As pessoas adoram te falar que você precisa de um novo amor, e se você disser que não quer novos amores, que gosta desse amor que você sente, soa quase como uma ofensa aos ouvidos de quem está de fora. Exatamente por isso, porque eles estão de fora. E não sabem o que se passa do lado de dentro. Ninguém entende esse terremoto que acontece aqui dentro quando você está por perto, ninguém entende essa necessidade de falar com você de vez em quando só para saber como você está. Não com quem você está. Ninguém entende essa vontade de te ver nas raras oportunidades que aparecem, e muito menos entendem a decepção que dá quando a tentativa é frustrada.

As pessoas se perguntam se dá mesmo para aceitar e amar alguém assim, desse jeito maluco e imprevisível, e eu acho que dá. Algumas vezes. Porque têm amores que são autossuficientes, se sustentam só por existir, de tão grandes. Quer saber uma coisa que ninguém entende, ninguém aceita? Se desse realmente para escolher quem amar, eu escolheria você. Quando a gente diz isso, chove de amiga querendo bater, dar remedinho de loucura, apresentar os primos, os amigos e todos os homens do mundo. Chove de amiga querendo casar a gente na semana que vem e dar um bom tapa na nossa cara para ver se a gente acorda. Mas acordar do que se isso é a vida real? Sabe esse amores autossuficientes que eu falei há umas linhas atrás? Eles têm um problema: Eles não são recíprocos e por isso, querendo ou não, um dia a gente corre o risco de esbarrar em um outro amor por aí. Em um amor recíproco. Sem nenhum compromisso ou pressa.

O que você não pode fazer é se fechar para as coisas que a vida ainda tem para te mostrar, é isso que o ano novo realmente significa. Estar de mente e olhos abertos para o que tem por vir, estar preparada, mesmo que receosa. Você precisa manter o coração aberto, mesmo que ocupado, para que as pessoas te conheçam por inteiro. Tantos amigos por vir, tantas coisas para viver... Ano novo é um ritual simbólico de renovação, que faz com que você zere a sua vida por um segundo de todas as preocupações e acredite em coisas cada vez melhores. É uma renovação de energias, de sonhos, de forças, de você mesmo. A vida é imprevisível e surpreendente, e cada um sabe da sua. Não deixe quem está de fora mudar o que você é por dentro. 

Que 2012 seja incrível e maravilhoso, para cada um de nós.

8 comentários:

  1. Olá Marie!
    Muito simpático o seu blog, adorei;)
    Tanto que estou seguindo e desejo
    um 2012 de felicidades pra você!
    Parabéns pela arte e conteúdo
    do seu blog, grande abraço!

    Bruno

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  2. " Você precisa manter o coração aberto, mesmo que ocupado, para que as pessoas te conheçam por inteiro"
    E de uma certa forma, eu preciso usar isso no meu 2012!
    Adorável blog, e encantador texto!
    Pretendo voltar em um lugar tão bonitinho como aqui! Beijos.

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  3. Vixi, eu sou dessas que tem mania de te falar pra sair dessa né? Eu sei que é inútil, e pode até ser chato, mas é que a gente que tá de fora esquece que é difícil, e dá as dicas mais infames, só porque quer te ver feliz!
    Beijos!

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  4. Se tem uma coisa que nunca ninguém vai conseguir explicar é esse sentimento de amar, de gostar de alguém. Falar é fácil mas na hora do vamo ver, o coração sempre tem umas reações estranhas. O lance é deixar rolar porque uma coisa te digo com absoluta certeza (e conhecimento de causa): dor de amor dói, dói, dói...mas uma hora sara viu, ah se sara!!!!! :-)
    Beijos

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  5. Marie, que lindo seu texto!
    Vc conseguiu descrever como é para alguém ouvir palpite de quem está de fora e nada entende...
    E gostei muito da sua reflexão sobre o ano novo, pois as pessoas ainda acham que a passagem de ano é criar uma grande borracha e simplesmente apagar as coisas, ao invés de aprender com elas...!
    Beijosss

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  6. Pode deixar que vou usar esse texto como exemplo pro meu 2012 viu!
    E o tal do amor é simplesmente inesplicável, não conseguimos decifrar ele.
    Desejo pra você que tudo o que foi ruim não seja capaz de calar a esperança de que as coisas podem acontecer à qualquer momento, quando se a gente se predispõe a recomeçar. O novo vem, você vai ver.
    Beijos

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  7. E essa frase final resume tudo e mais um pouco,rs. Precisamos nos renovar a cada dia, nem precisa ser ano novo, basta querermos mudar e viver da melhor forma possível, sempre.

    Beijos

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  8. Lindo Gê. Quem fica do lado de fora, quem não sente ou passa pelo que passamos ou sentimos, realmente não entende. São conselhos que aos nossos ouvidos soam malucos. Não somos erradas ou loucas por apostar em amores que nos tiram do chão, que fazem bem, porém precisamos estar de peito aperto para amores que sejam recíprocos, que doam menos. Beijões

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