domingo, 27 de março de 2011

Tarde demais


No auge dos meus devaneios diários me peguei lembrando de como era bom te amar. Ou melhor, não saber te amar e ainda sim amar. Porque eu não sabia, eu juro. Naquela época as borboletas faziam cócegas no meu estômago toda vez que você falava comigo e eu nem sabia o que significava. Eu não sabia demonstrar. Eu nunca soube. Me desculpe por dizer tarde demais. Você sempre foi tão doce, tão lindo, tão meu. Fazia com que eu me sentisse especial demais mesmo algumas pessoas maldosas - que eu costumo chamar de vadias - dizendo que você era areia demais pro meu caminhãozinho. Eu não me importava. Eu sabia que nós éramos encaixes perfeitos. A gente se completava de uma forma que não se compara a nada. Nada nesse mundo se completa, porque nada no mundo faz sentido, mas a gente fazia. Queria ter te dito isto antes, mas é tão difícil para mim lidar com o amor. Escrever é muito fácil. Mas na prática é impossível para mim. Eu posso sentir o gosto doce da saudade, das lembranças e consequentemente das lágrimas que caem automaticamente ao lembrar. Sinto falta do que a gente foi, do que poderíamos ter sido. Do que nunca mais seremos. Dói lembrar de como fui tola ao deletar todas as nossas fotos do meu computador e apagar todos os vestígios de que você já foi meu. 'Foi', porque é passado, não é mais. Enquanto eu continuo sua. Como sempre. A única lembrança material que restou foi o seu cartão - que já está velho e quase rasgado na minha carteira - de dia dos namorados. Aí as pessoas me perguntam porque você ainda guarda isso? joga fora! Como se fosse fácil. Se jogar fora esse cartãozinho fizesse com que eu me livrasse também desse amor, eu jogava. Mas todos nós sabemos que a gente pode jogar fora todas as lembranças materiais das pessoas que a gente ama, mas aquelas que ficam na memória jamais poderão ser apagadas. Eu aprendi a viver com elas. Eu aprendi a viver sem o seu amor. Mas às vezes bate aquela vontade de ser sua de novo - mesmo ainda sendo - e de te ter aqui comigo de novo e de te dizer todas aquelas palavras que minha boca engoliu, prendendo dentro do meu coração. Me desculpa por todas as vezes que você disse que me amava e eu só disse eu também. Eu também te amo, e amo muito  era o que eu deveria ter dito. Confesso que algumas vezes um resto de esperança sussurra em meu ouvido que você ainda me ama, mas então você vem e fala dela para os seus amigos e twitta sobre ela. É estranho saber que você ama outra pessoa. É doloroso desconfiar que pode ser um amor maior do que o que você sentiu por mim. É imperdoável saber que te perdi. Mentira, eu até que me perdoo. Eu não sabia amar, eu juro. Foi você quem me ensinou. Só que eu aprendi tarde demais. Desculpe não ter dito antes.



Por Marie Raya.

6 comentários:

  1. Caramba Marie, que lindo! Me fez lembrar de algo parecido pelo qual eu estou passando.
    Saudades de ter tempo pra passar por aqui! beijos!

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  2. "Enquanto eu continuo sua. Como sempre"

    Você sempre arrasa!
    Um grande beijo...e ah, as meninas da equipe são ótimas!

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  3. 'Eu não sabia amar, eu juro. Foi você quem me ensinou. Só que eu aprendi tarde demais.'
    Esse trecho descreve o que eu passei ha um tempo atras! lindo como seeempre! parabeeens, o visual do blog ta perfeito!

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  4. Já passei por isso que escrevestes. E agora foi como se voltassem essa fita da memória para mim. Isso doi bastante....
    Mas uma hora o amor se cansa, pega suas troxas e vai. Nem que precise ser substituido por outro.
    beijos.

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  5. DESCULPA NÃO TER LIDO ESSA BELEZURA ANTES! "Mas às vezes bate aquela vontade de ser sua de novo - mesmo ainda sendo - e de te ter aqui comigo de novo e de te dizer todas aquelas palavras que minha boca engoliu, prendendo dentro do meu coração." nhaaaa eu amei *_* que lindo guria, mesmo, sabe eu te disse: tu escreve cada vez melhor, tô amando teu progresso. E teu blog? Tá lindo! Amei, depois me conta onde arrumou essa boneca! hehe Guria, tenho medo também, de que ele ame outra pessoa mais do que eu, tenho vontade de ser dele de novo, tenho tanta coisa em comum com esse texto! Continue assim, não importa se eu demorar, virei sempre aqui. Um beijo!

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